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Shogi e cultura japonesa chegam a Porto Vitória

Trazida pelo oriental Katsumasa Egoshi, com o apoio da Prefeitura Municipal, as escolas municipais de Porto Vitória, Reynaldo Frederico Gaeber e Hugo Guilherme Jaeger, tiveram durante o mês de março e abril a oportunidade de conhecer um pouco da cultura japonesa e do jogo de xadrez chamado shogi.
Katsumasa é bicampeão mundial de shogi, um jogo de tabuleiro muito parecido com o xadrez que conhecemos aqui no ocidente. Ele vive há mais de 16 anos longe de sua família e seu país, o Japão, e conta que começou a prática do esporte aos 10 anos de idade. Ao longo desses anos, conquistou diversos títulos em todo o mundo, mas trocou o dinheiro e as notícias por uma vida sem paradas, que busca a simplicidade e a plenitude. “Vim de longe para passar coisas para essa gente”, afirma ele entre o português e o castelhano. Depois de percorrer a Europa e morar por 10 anos no estado do Amapá, viajou por mais dois anos e residiu no no sul do Chile, onde passou quatro anos. Encontra-se hoje no Município de Porto Vitória, sempre em busca do seu ideal japonês e disposto a ensinar sua cultura a todos que tenham interesse.
A professora de Educação Fisica da Escola Municipal Reynaldo Frederico Gaebler, Elaine dos Santos, que auxilia Katsumasa durante as aulas de shogi na escola, conta a curiosidade das crianças quanto a figura excêntrica do professor, com olhos orientais, cabelos longos e hábitos tão diferentes. “Nos primeiros dias eles o perguntavam sobre tudo, se era um lutador de Sumô, se esteve presente no terremoto que ocorreu em 11 de março de 2011 no Japão ou se conhecia o astro do cinema japonês, Jackie Chan”. Falou também do interesse dos alunos em aprender shogi que, segundo ela, é muito mais complexo que o xadrez ocidental. “Mesmo tendo regras novas e diferentes do nosso xadrez, e tendo escrita japonesa como identificação de cada peça, os alunos nos surpreenderam na rapidez com que aprenderam a jogar”, conta a professora.
Elaine ainda destaca pontos muito interessantes no jogo que ajudaram a escola no papel de desconstruir preconceitos e ideias formadas como, por exemplo, nas cores das peças: “No nosso xadrez temos as peças brancas contra peças pretas, o que muitos apontam como uma espécie de racismo existente até em jogos, já no shogi as peças são todas iguais, pois nenhuma é melhor do que a outra. O que as diferencia é o lado em que são despostas no tabuleiro”. Outra grande diferença no shogi, é que não há rainha, pois segundo Katsumasa, mulheres nunca participam de uma guerra.
Com o fim das aulas nessas duas escolas, Katsumasa revela a intenção de voltar ao Japão nos próximos meses para visitar sua família, que não vê há oito anos, e em breve retornar a Porto Vitória. Entre seus outros projetos, ele possui o de criar uma vila ecológica baseada no conceito de estilo de vida auto-sustentável, e vê no Município um lugar ideal para isso. “Há muita natureza aqui, e as pessoas são muito tranquilas. Acredito que seja um bom lugar para se criar a comunidade que irá contribuir para a saúde individual dos habitantes e preservará as espécies de animais e vegetais da região”.
Katsumasa tem ainda um vasto conhecimento sobre terapias orientais, que por meio de massagens proporcionam cura aos pacientes. Em seu tratamento, ele usa a combinação de três estilos de massagens que são: Anma, Shiatsu e Seitai. Ao longo de sua carreia, ele já fez massagens em países como Japão, Europa e Brasil.
Para seu retorno, ele pede o apoio da Prefeitura Municipal, das escolas de Porto Vitória e de toda região, pois deseja implementar seu projeto de intercambio cultural, por meio do ensino de shogi, a muitos lugares.
A diretora da escola Reynaldo Frederico Gaeber, Cláudia de Oliveira Bueno, ressalta a curiosidade, o interesse e a participação dos alunos com o projeto aplicado por Katsumasa no Muncípio. E que, mesmo com dúvidas dela e dos pais dos alunos sobre a chegada de alguém tão distante, o professor encantou as crianças e, com certeza, lhes trouxe grande conhecimento.
- Katsumasa se despede dos alunos em seu último dia de aula de shogi
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